domingo, 23 de agosto de 2020

Deus

Por Carmem Paiva, a velha cega e louca. O! O! O! Deus são as pessoas levando (um cada) a Cruz a si [cabida. De todos os milagres, este é a virtude [(saboreada) aos homens inserta. Cabe a mim, mal posta neste mundo, cega e louca [domar semblantes à ponta dos dedos [ e definí-los (um a um) Estendendo-los em versos. Conta com tua serva, Ó, Cristo [(que é Deus] E manda o Espírito Santo Derramar felicidade. Será minha sina [(em odes amai) o Mistério, desvendá-lo e pô-lo ao colo das [feitas hunanas; quais a Caridade [ e o suplício. Deus são as pessoas! Deus são as pessoas! Santo é o Senhor! Abram-se-me tuas Portas para dizê-lo [ao mundo. Nasçam-nos bebês [que sejam pessoas; que ajam, sintam e falem como pessoas, Para morrermos os [mais velhos Onde cais se fazem As Aleluias! Amém!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Esquecido

Ficou pronto
e saiu como um golpe
sopegado ao espanto
saído à galope

O dia nem bem começara,
a fronde de uma árvore
[vivara
e, deixou-se ir

De um desgoverno de mármore,
Uma légua sem vir
quaisquer, ou tal dores,
[ignaras

Deste fim de fecho que abotoara
Ao paletó por pedir:
Não me penda, o botão que esqueci.

Pedro Costa

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

10/09/2015

Une-se, no sentido "caviar" da palavra, a esquerda que acha que está acima de bem e mal: olhe e veja bem, não convivo com esquerdistas desde a muito, nem simpatizo muito com o termo cunhado na França de Proust; muito embora, assisto aos noticiários e, menos leio aos jornais veiculados na mídia virtual, mais do quanto gostaria, mas enfim, estou por dentro do passeio fantástico e o espetáculo visual ainda que em textos escritos elaboradíssimos, cheios de requinte, e que até incomodam-me, menos pelo pedantismo, mais pela divergência com a realidade dos fatos, exposta, essa mesma esquerda às vezes até amedronta-me, suposta radical e que de radical não tem nada. Bom, senão vejamos, é curricular é fato consumado que o ex-presidente Lula gora louros no exterior, e até aí tudo bem; fabuloso, digno, honroso, meritório - capacidade de articular e carisma, o homem tem, sem baixar o calão faz discursos homéricos através deste Brasil, mas aquilo onde mais ainda me é estranho, foge de mim conquanto tenteia-me é este calar-se irritado diante de quase tudo, só não de tudo porque temos que encarar a luz e pôr em termo a verdade, de bom grado e ainda uma eloquência seria bem-vinda, quanto ao que acontece nos vaza pelas mãos, e nos escorre entre os dedos, a situação muda, o quadro é outro, completamente diferente, farto de habitar na verdade o espírito humano eleva-se e foge ao corpo como à sensação de quando reza-se com fervor, inclusive para que as coisas melhorem, meticulo e, tal e qual, meu argumento final é, esperança AINDA é a forma de otimismo mais desejada, do servo, do rei, etc, etc. Lindo! Por outro lado, tapar os ouvidos e a boca, em bom português, ser cúmplice, isso me irrita. É bastante. Dá-se uma forma real a uma realidade que simplesmente não existe - esta defeituosa esperança, está esperança de pé-quebrado a mim me deixa irritado, jamais lutarei pela força diante das palavras, se não nem estaria aqui, até esta hora, debruçado sobre meu teclado e redigindo minhas doidices. O povo aguenta calado muito do que é o quanto dele mais e mais é o esperado. Espere, ou aja, o povo nos confunde com sua ânsia inevitável pelo futuro do país, e mesmo que o povo não seja burro, é , em sua maior parte, ignorante, não sabe o que faz ou diz, e, acatar a este cego contentamento numa obra da direita, eu não concordo, faz-me rir este ímpeto de desbravadores, está pureza exacerbada, tal como entende que está sob o poder de si mesmo o povo, só que não, ninguém tem o poder senão os políticos que fazem esse país chamado Brasil, não nego: a política de oposição comeu poeira há muito tempo, assim como o partidarismo eleitoreiro (o que poucos sabem); porfim, a luta continua e desgraça pouca é bagagem.

Pedro Costa

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Manchete do Dia

Dia ou outro sai uma manchete "positiva". E, lógico, há um por quê embutido. Satisfaz o leitor mais otimista. Vai "direto ao ponto". Senão, vejamos. Digamos, a manchete de um dos jornais mais populares do Ceará, a seguinte manchete: "é descoberta uma quantidade de água potável nos lençóis freáticos de munípio X", ora se é água, própria ao consumo humano, e ainda: se falta água para todos, ou para a maioria. Destarte a veracidade deste fato, não segue a máxima jornalística, a saber, um cão que morde um homem não é notícia, mas a recíproca é! Pela banalidade, as notícias- principalmente as manchetes; seguidas do lide -compreendem uma versão, e tão-só da realidade. O problema é o noticiário atestar que tal como é e existe, a realidade é negativa. Sempre. Uso de exceção dita regra. Mesmo assim, nada como a jocosidade de um bom assunto para atenuar os corações mais sôfregos. Nada como uma boa manchete para explicitá-lo. Feliz é que sanado, o texto auto explica-se, sem para tanto dever arrebatar o lado bom da vida.

Pedro Costa

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dia 20/08/2015

Às entrelinhas, uma data é uma efeméride, é disto pouquíssimos sabem - repreender nunca é de mais, provando a mentir, a História fora aquilo a cuja entabulação ao título escolhida é por onde deveriam começar, os nossos formadores de opinião, sempre em quando iniciam um artigo.
Somos agora muitos, milhares; milhões até.
Porém, isto não vem ao caso - as ruas ainda estão desertas; são 16hs, a manifestação (desta ocasião) preme pela esquerda pelo viés; pelo centro pela ideologia. Todos encontram-se sob a tutela de seus patrões, acorrentados ao trabalho, o capital circula, é um sol ameno, um inverno parece haver passado, surge a tremeloquência das flores uma promessa de primavera, setores organizam-se à calada, o mito então , em uma palavra , edêmicos catecistas intramelados na Catedral da Sé, moradores de rua, meninas prostituídas, camelôs, tabeliões, poetas, vaga-mundos, todos, enfim, à espera de um sinal, algo, um qualquer danado pândego brinca nos pátios das escolas, as mães esperando seus filhos, o dia é hoje, crepuscular a tarde amena, em azul o céu limpo, em vermelho as bandeiras, em silêncio as promessas, ao cabo de tudo, um fim.
Garantias, é o que querem os manifestantes, contra a corrupção, a mentira, a história - a verdade! O óbvio, a unanimidade, o voto, as rodas de conversa, os jogos de mesa e os de azar, a ganância, o ódio e o amor, a liberdade de expressão, às prensas nos jornais, vomitam notícias, o amanhãs feito hoje; tudo um tanto quanto independente e ardoroso, como o sangue, pulula nas vielas -: uma veia inocente.
O povo vai às ruas hoje. Decidir o futuro da nação.
Não adianta omitir, feroz condição, uma eleição cada dia. O povo vai às ruas, decidir o futuro... Deus está furioso.

Pedro Costa

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Esquerda Vs. Direita

Componhem os dous lados da mesma moeda?
O que dizer a respeito da divisão bipartidária ao qual e de cujo o alcance perpetra nas convicções dos jornalistas e da mídia de uma maneira geral, senão como concordatas delas, ou, reproduções estéticas de um movimento o qual depara-se contundente, haja vista, o combate dado deste relativo ditame; esta empreiteira sugadora que chamamos a “máquina política”; reabalizada pelas intervenções de forças motrizes de um único e mesmo movimento, descarado ou de uma complexidade extrema; ferino ou analógico, o embate entre as funções especulativas da variedade execrada do pensamento francês, a lógica de dous lados em competição insurge ao Brasil de hoje à moda antiga. Por quantas vezes não observamos falácia e irresponsáveis maneiras de se expressar; e, mesmo as quais errem enquanto inconseqüentes visões alicerçadas dentro de um anseio capital onde ver-nos-íamos impostados, alucinados de uma divisão réproba do caráter aliciatório de uma forma de pensar dominante, mas, a qual já rege este mesmo pensamento, e de forma a moldá-lo secular, por mais tempo do que deveria, e se assim for, por quais destes representativos sociais passa a ideologia partidária – ou, ainda – em que módulos a política atual converge para uma união destes conceitos.

Petrecostal

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Menor Problema

Insurgente do paraíso das almas, o toque de recolher da criatividade encontrou sua imagem refletida nos desmandes públicos de autoridades sem calão para tanto. Os subvertidos do hoje, acuados pelos proletários que acham-se o forno da Revolução e ao saírem de suas casas, muito ingenuamente achando que vão salvar o planeta, reverenciam a práxis da inutilidades ativista. É verdade. Os combatentes hoje, levam para as ruas os ensejos de um tempo onde a pedida por liberdade deveria estar-se configurando através de ações menos insólitas; quais as distribuições de livros, de material artístico a quem condizem uma realidade muito própria do período no qual vivemos e do qual faríamos melhor e mais competente para com nossas angústias pessoais, através de ações como essas. Despertar um país, para quem não sabe, está muito longe de sair às ditas “manifestações” em favor de um ou outro argumento político; é, isto sim, captar a derivada e complexa atuação de si no e para com o fazer político. Se, hoje, longe dos aritméticos anos de chumbo, aonde a matemática era salvar a minoria elitista em detrimento da sublevação da massa operária, podemos articular em um breve debate, as nossas opiniões a respeito de qualquer coisa: ora, por que deixar que ímpetos heroístas arrastem-nos, multidões, ao pleito a que descem os poderosos para em fornalhas heréticas depravar a vontade de um povo de tornar-se nação? Por que motivo, atribuir ao passado uma luta inglória, e negar que direitos foram conquistados, e, mais – também nossa maior atribuição política – mantermo-nos presidentes deste poder adquirido enquanto potência, se este pode explodir em livros e não necessariamente requisitados às palavras de ordem de, por exemplo, “Acabou o Amor!”

Pedro Costa
Publicitário pela Universidade Federal do Ceará